Friday, August 24, 2007

Leis que pegam

Nao se pode mais fumar nos bares britanicos. Desde o dia primeiro de Julho que a fumaca esta proibida em ambientes fechados e publicos. Alguns bares tem uma area externa que permite a compulsiva combinacao alcool/nicotina. Mas na maioria o fumante tem que sair do recinto para dar suas tragadas, e nao pode faze-lo portando sua birita.

Todos os fumantes com quem conversei acham a lei absurda, ridicula, "onde ja se viu, beber sem poder fumar?". Mas a indignacao nao leva a transgressao: eles reclamam, mas cumprem a norma direitinho. Nao sei qual e a punicao para quem infringir a norma, mas sei que ninguem acendendo um cigarro dentro do bar ficara impune.

Lembro de uma estoria contada pelo meu pai, da epoca que tentaram proibir o cigarro nos bares e restaurantes de Sao Paulo. Papai acendeu o cigarro na area proibida, para indignacao do alemao que estava ao seu lado, ciente da norma que tinha acabado de entrar em vigor. "Mas e lei!", vociferava o alemao, enquanto papai tentava explicar que, no Brasil, tem lei que "pega" e tem lei que "nao pega", algo incompreensivel para a disciplinada mente oriunda do velho continente. O fato e que a lei nao pegou, os fumantes se divertiam enquanto soltavam a fumaca na cara da proibicao.

Na europa as leis funcionam porque o povo e disciplinado. Ou sera que o povo e disciplinado porque as leis funcionam? Me parece uma questao como a do ovo ou a galinha, o que veio primeiro?

Em tese e otimo viver num lugar onde as leis sao cumpridas, mas a obedienca cega as normas as vezes carece de bom senso. Uma nova medida internacional de seguranca proibe o embarque com liquidos acima de 100 ml, entao eu quase perdi minha solucao de lente de contato, e sorte minha que estava de oculos, nao poderia tirar a lente para dormir durante o voo de 8 horas durante a noite. Na cabeca deles eu posso ser um terrorista com material para fabricar uma bomba caseira.

Paranoia, eu digo, e eles respondem que paranoias como essa poderiam ter evitado a tragedia do 11 de Setembro. Entre evitar o desconforto de poucos e garantir a seguranca de muitos, as leis devem zelar pela segunda opcao, e se isso permite distorcoes, o mesmo acontece com as reivindicacoes do bom senso. A disciplina faz pelo coletivo o que o "jeitinho" faz pelo indivudual, e o coletivo deve vir em primeiro lugar, voce nao acha?

Tuesday, August 21, 2007

Potenciais Incertos

Uma pergunta que volta e meia me perturba: estou fazendo o meu melhor? Quando nao atingimos o resultado esperado, conforta pensar que teriamos conseguido caso tivessemos nos esforcado mais. Agrada mais ao ego ter um grande talento latente do que uma mediocridade plenamente desenvolvida. Sou capaz, so nao me esforco o suficiente. Ou nao me esforco o suficiente por medo de me descobrir incapaz?

Nao sabemos ate onde podemos chegar atraves do esforco porque nao sabemos o quanto podemos nos esforcar. Nada e tao bom que nao possa melhorar, nao ha uma linha de chegada para a distancia a percorrer, a nao ser o que acreditamos ser bom o bastante. E para diferenciar uma satisfacao merecida de uma acomodacao preguicosa e preciso ter uma ideia clara do que esta dentro e fora do nosso alcance.

O filme "Em busca da felicidade", com Will Smith, ilustra bem o ponto. Narra a transformacao de um vendedor fracassado em um bem sucedido executivo. Passa a ideia de que tudo e possivel, se voce da duro o suficiente. Para "chegar la", o cara mal dorme, nao tem um minuto de lazer, e come todas as refeicoes lendo o livro da empresa. Um esforco altamente irrealista, embora eu acredite que existam pessoas assim, o filme e baseado numa estoria real.

Ha quem diga que o quanto podemos nos esforcar e uma caracteristica geneticamente pre-determinada, o que pode ser tanto a gloria quanto o desespero dos que acreditam nao estar suando o suficiente. E a vaidade pode criar tanto a vontade quanto o medo de descobrir o quao melhor voce pode se tornar. Mas o pior de nao tentar nao e nao chegar la, e ter que conviver com as angustiantes duvidas do "e se?". Afinal, nada pior do que o ouro, prestes a ser alcancado, ser negado por que alem do arco iris nao se ousou.


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Thursday, August 16, 2007

Fotolog parte 2

Atendendo a pedidos, a fase fotolog segue firme e forte. Afinal de contas, palavras nao conseguem traduzir um tanto do que quero compartilhar com voces. Se as coisas seguirem nesse rumo, podem aguardar um post em miguxes num futuro proximo.


Essa e a placa que informa em quanto tempo os onibus vao chegar. Nao e fantastico?


Eis aqui a bela orla de Brighton. Descendo a rampa voce encontra varios bares e boates, ligeiramente mais sofisticados que os quiosques e barracas de Boa Viagem. Mas caldinho que e bom, eles nao tem! :D



No fundo o pier de Brithon, um dos pontos turisticos da cidade, onde ha bares, fliperamas e montanhas russas. O passaro devia ter ficado exatamente no centro, vou me esforcar mais da proxima vez.



Num pub perto do mar, com a espanholada toda. Tem gente demais para identificar todo mundo, o que e uma otima desculpa para meu esquecimento de alguns nomes. Mas posso identificar a cerveja na mesa, se nao me falha a memoria, era uma Stella Artois. Ou era uma Carlings? Agora nao estou 100% certo...

Saturday, August 11, 2007

Doses abatidas

O que se pode fazer com duas doses de tristeza?
Mistura-las com cerveja afogando as magoas com os amigos?
Impossivel no momento. Outra ideia para a batida?
Filtra-las com lembrancas muito menos abatidas?
Com musicas propicias para conversa introspectiva?
Parece bom, considerando a falta de opcoes,
lembrando o quanto ja preparei drinks semelhantes,
sabendo que a bebida desaparece no outro dia...
Afinal, sao so duas doses.

Wednesday, August 08, 2007

Fotologueando

Durante todo esse tempo eu resisti a tentacao de fotologuear meu blog, afastando com isso as visitas de pessoas que nao se sentem atraidas por quilos de textos sem imagens. Bem, chegou a hora de ceder, lembrando a definicao de "abstemio" de Ambrose Bierce: Uma pessoa fraca que cai na tentacao de negar a si propria um prazer. Seguem algumas fotos das minhas andancas aqui em Brighton.




Da esquerda para direita: Lidia, espanhola; Alex, espanhol; Johana, Romena mas vivendo na Espanha; Maria Rose, Espanhola; Eu, Brasileiro; Rossi, Espanhol. Uma otima tarde na praia, excluindo o fato do povo falar em espanhol muito rapido, me impedindo de entender as conversas boa parte do tempo.



No Babylon Lounge, boate a beira mar: Eu, Maria Rose, Alex, Gemma (espanhola tb), Lidia e Rossi. Ah, essa noite podia ter terminado diferente... :P