Monday, July 31, 2006

O poço encantado

Tão poético era quando mais moço
aquele rapaz de rosto sombrio
andava como se encontrado o poço
encantado desejo da palavra sutil

Tão bela a menina do primeiro verso
que o ego transbordava feito navio
quando se rompe a proteção do imerso
e o mar invade tudo que era vazio

Tão rápido a poesia se transformou
o mar virou sertão que preferiu
o cinismo ao amor que não vingou
amar sempre foi um ato imbecil

Tão demorada a ferida sarou
sertão irrigado por estreito rio
estreita também a poesia ficou
o poço encantado na areia sumiu.

1 comment:

Laura said...

Cinismo nem sempre é inteligência.