Sunday, February 25, 2007

Elogio da Preguiça

Para quê preencher a folha em branco
Se há tanto canto para ouvir?
Para quê forçar a busca de palavras
Se não há uma meta certa a atingir?

Não há caos para organizar
Recalques para extravasar
Castelos para se demolir

Tudo ordem, tudo em paz
Ilusão breve que satisfaz
Quem não gosta de se iludir?

Quando deito na minha rede
Nenhuma fome, nenhuma sede
Um sorriso... o paraíso é aqui

Deixo a mente passear
Vários fatos contemplar
Nada que me abale em si

Essa vida proibida
Que o sustento inviabiliza
Se tu não é o Dorival Caymmi

Traz um bem estar danado
Leva aos noventa em bom estado
Talvez cem se resistir

Se o planeta está morrendo
Quem só dorme o polui bem menos
Deveria ser pago pra dormir

O trabalho é inimigo da natureza
Disso o índio já tinha certeza
Não é sábio quem divergir

Pelo seu bem e bem do mundo
Faça um avanço profundo
Deixe a preguiça lhe invadir!

4 comments:

Anonymous said...

Perfeito!!!

Aliás, quase perfeito: eu acho que faltou a letra "M" em "Que só dorme o polui bem menos".

Abraços.

Laura said...

É, mais fácil viver assim.
É Pra quem pode ;)

Anonymous said...

Hehee, engraçado ouvir a mesma historia de preguiça contada no corredor só que em versos...

Ótimo!!!

Unknown said...

Muito bom, berna! =) viva aos preguiçosos! um dia o mundo vai dar ouvido à essa filosofia e ao invés de nos chamar de preguiçosos, nos chamarão de sábios, e se perguntarão porque nunca tinham pensado nisso. =P

=*