É duro reconhecer a mediocridade
Formando-se na preguiça do teu gênio
Que evita o esforço na atividade
Adiando-o até o último momento
É duro ver cair a confiança
Numa mente, outrora vigorosa,
Hoje, como ex-atleta que descansa
Afundado na poltrona prazerosa
É duro perceber-se tão contente
Com os pífios resultados do versejo
Quando basta ler alguns mais competentes
Para ver que não há motivos pra festejo
É duro procurar na poesia
preencher a lacuna do labor
Tentar compensar com fantasias
O mal que a moleza lhe deixou
É duro discernir o que é preciso
Para livrar-me da própria corrente
Que me prende a caminhos antigos
E amarra o que viria pela frente.
3 comments:
:~~
Acredite, Seu Abdinéias existe...Uma das poucas coisas reais do texto, ele e a sua incrível citação.
Quanto ao teu texto, to começando a achar que esse teu arrependimento um dia pode virar dinheiro, tá precisando de editora não?
Cheiro, Bezão!
muito bom. deprê é que me serve de espelho :(
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