Tuesday, November 30, 2004

Nadando

Há um certo prazer em não revelar o meu interior
Trancando dentro de mim minha suposta sabedoria
E esse deleite se espalha e se edifica em bases líquidas
Já que a própria sensação é fluídica
E flui com intensidade, sem ser compartilhada

Raramente a represa se abre
Já que a água, ao sair, muitas vezes volta suja
Mas será que já não estava impura quando contida ?
Maculada pela vaidade que tento não revelar ?

Seja como for, já me afoguei nesse mar
E suas cores caleidoscópicas anularam o meu fazer
Governado pela apatia, tive que fazer o caminho inverso
Tingindo tudo de preto e branco, para voltar a funcionar

Mas as cores me chamam, seduzindo-me quando tento evitar
E talvez agora eu possa mergulhar sem estilhaçar minha objetividade
Coisas que antes desprezava vêm a tona para me integrar
Seja com o mundo, seja comigo mesmo

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